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  • Foto do escritorFranciele Maftum

Como eu ajudo as pessoas com ansiedade?

Uma dúvida muito comum com quem convive com a ansiedade é: como ajudamos as pessoas ansiosas com as quais convivemos?


Como qualquer característica muito forte emocional ou como qualquer patologia emocional, a ansiedade ou o distúrbio de ansiedade são disfunções emocionais que nos dificultam muito em conectar com as outras pessoas.


As pessoas que têm ansiedade (entende-se, também, pela síndrome do pânico, as compulsões, os transtornos pós-traumático, etc.), em algum momento, entram em um processo de ciclo vicioso de preocupação. Imaginem que esse ciclo é uma roda que não para de rodar, cheia de preocupações. Quando as pessoas estão nesse ciclo, dentro da mente, obviamente, elas param de se conectar com o mundo, porque estão conectadas com as suas preocupações.


É muito comum quem convive com as pessoas com ansiedade alta ou com algum desses transtornos adicionais falarem que, às vezes, sentem que não reconhecem a pessoa, pois ela está reagindo de uma maneira que não a permitem ajuda-la.


Os transtornos de ansiedade, apesar de causar muito sofrimento, muitas vezes, não são tratados por quem os têm, pois, hoje, ter ansiedade já é socialmente aceitável.


É importante saber que a ansiedade sempre traz um pouco de compulsão em se preocupar ou a compulsão dos controles (TOC) e traz muitos impulsos internos, como: o de pertencimento, o de não querer fracassar, o de não querer se adaptar. A pessoa ansiosa, muitas vezes, em um momento de elevação desse transtorno pode ficar na defensiva, vai querer justificar que aquilo que ela está fazendo tem algum motivo: por exemplo: ela consegue não fracassar ou consegue vencer dentro daquilo.


Quando entramos no convívio com pessoas ansiosas, muitas vezes, seus familiares, cônjuges ou amigos decidem não se envolver para não entrar em um processo doentio, ou seja, em um processo de discussões e brigas.


Mas, como um familiar de uma pessoa ansiosa, por exemplo, que está vendo a pessoa sofrer, pode ajuda-la sem entrar em um processo de discussão?


A primeira coisa que é preciso saber é que quem está em um estado de ansiedade, não vai permanecer nele 24h por dia, pois nenhuma pessoa consegue aguentar. Ela irá oscilar, em um mesmo dia, nesse transtorno de ansiedade, ou seja, ela vai ter momentos mais preocupados, momentos mais compulsivos, momentos mais tristes (ela ficou tão ansiosa durante o dia que o seu cérebro cansou), etc.


As crises maiores de ansiedade, por exemplo, episódios de pânico, não começam de uma hora para outra. A pessoa que tem ansiedade vai “enchendo o copo” com as suas preocupações e angustias até que ele transborde. Isso acontece até mesmo com quem está em tratamento, pois a ansiedade tem esses ciclos.


A pessoa que tem, nem sempre vai perceber que está em processo de ansiedade, porque, geralmente, quando ela percebe já esta há algum tempo na ruminação e no pensamento acelerado.


A minha primeira dica para quem convive com essa pessoa é:


1. Combine com ela, antecipadamente, que você irá avisá-la caso perceba alguns sinais de que ela está entrando no processo de ansiedade maior. Esses sinais podem acontecer de diversas formas, por exemplo: a pessoa está com a irritabilidade maior do que o normal; está mais cansada; está mais preocupada do que o de costume; fica repetindo as mesmas coisas várias e várias vezes, etc.


Provavelmente, ela irá te responder que não está, pois, até o momento, não está ciente disso. Isso é normal, não adianta ficar bravo com a pessoa, pois você irá piorar a situação. Insista com ela, mostre o que você está percebendo e diga que ela não tem essas características normalmente. E ofereça para que ela saia para caminhar ao ar livre; para que ela dê uma volta na quadra ou que faça um exercício de respiração. O importante é que ela saia desse ciclo de pensamentos.


Se você fizer só isso, você já vai ajudar muito essa pessoa, mas se, mesmo assim, você perceber que ainda não é o suficiente, você pode ajuda-la a acalmar os medos que causaram a ansiedade – que é a minha segunda dica para você.


2. Converse com ela, pergunte o motivo do medo ou da aflição. Traga-a para perto para que ela consiga compartilhar com você os receios que tem e que estão desencadeando esse processo emocional. Quando ela conseguir se abrir, ofereça a sua ajuda e tente mostrar alternativas para solucionar o problema. Resumindo: escute a dor e o medo; veja o que pode dar errado na situação e; ajude a pessoa a minimizar o impacto daquilo que ela está imaginando como algo gigantesco e sem saída.


A mente ansiosa aumenta a intensidade da preocupação, porém nós conseguimos minimizar o impacto da preocupação que, para a pessoa, está de um tamanho muito maior do que realmente é.


Conversando com a pessoa, você vai conseguir ajuda-la a voltar para a realidade.


Proponha novamente que ela saia para caminhar ou que faça os exercícios de respiração. Tente dar suporte nas atividades do dia a dia. Por exemplo: ofereça para que ela vá dormir mais cedo; ofereça um dia de folga, caso seja seu funcionário; ofereça um copo de água; etc.


O melhor que você tem a fazer para ajudar o outro é não aumentar as preocupações que ele tem, por exemplo: dizer que ele tem melhorar, que ele tem que produzir ou que tem que entender.


Você precisa ajudar a pessoa encontrar uma paz, uma fé e uma validação. Ajude-a identificar os sinais que você está trazendo para ela.


Lembre-se: Ninguém se cura sozinho, não só as pessoas ansiosas, mas qualquer patologia. Então, se você é uma pessoa que pode ser um apoio para alguém que está com ansiedade, seja essa pessoa. Entretanto, não se esqueça de combinar isso com ela antes. É importante fazer esse acerto para que você possa ajuda-la e ela também possa te ajudar nas suas dificuldades, pois ela também pode te perceber de uma maneira que você não esta percebendo.

Franciele Maftum

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